sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Morte Efémera

O coração pára por um breve instante,
pára por fragmentos de segundo
portadores de uma sensação dilacerante.
A sensação de não estar mais neste mundo.

Ou talvez não pare.
Talvez salte apenas um compasso, uma batida,
para que em seguida de novo dispare.
Mas no interminável hiato, não se morre, nem se tem vida.

O espírito refugia-se no niilismo,
num limbo onde posso finalmente nada sentir,
onde as dualidades se fundem no obscurantismo,
e no qual esta morte efémera me permite existir.

A alma regressa com impacto,
o corpo estremece e a mente aclara.
Reviro-me para ver se estou vivo de facto
e o coração pára.

Imagem da autoria de cozmaflare


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